Há alguns anos, a Sociedade Numismática Brasileira (SNB) trabalha para incluir diferentes públicos, seja em seu quadro de associados, seja nos eventos que realiza em diversas cidades do Brasil.
Como parte importante desse processo de inclusão, o movimento Mulheres Numismatas do Brasil – nascido da iniciativa de um grupo de mulheres que sentia necessidade de ampliar a participação no mercado numismático – foi lançado, no final de 2021, com total apoio da SNB.
O movimento reúne mulheres que se interessam por cédulas, moedas, medalhas e entendem que, trabalhando juntas, conseguirão tornar o ambiente mais receptivo para todas aquelas que desejam colecionar ou frequentar lojas e eventos numismáticos.
Inicialmente formado por Adriana Santos, Luiza Capelli, Karina Morgado, Mariana Campos e Telma Ceolin, o objetivo do grupo era debater as necessidades femininas no meio para garantir um ambiente sadio, dando voz e espaço para que cada vez mais mulheres também se sentissem encorajadas a participar e colecionar.
Esse núcleo já foi ampliado para cerca de 60 colecionadoras, que atualmente mantêm um grupo de WhatsApp e um perfil no Instagram para divulgar o tema (www.instagram.com/mulheresnumismatasdobrasil).
“Acho o grupo importante porque há muitas colecionadoras e estudiosas da numismática que se desenvolvem praticamente sozinhas, por ser ainda um meio tradicionalmente de maioria masculina, e que podem encontrar conosco um ambiente acolhedor e seguro”, afirma Telma.
Por outro lado, Karina Morgado e Eliza Mayumi já participavam do meio numismático e encontraram no grupo uma possibilidade de se entrosar com outras mulheres colecionadoras. “Pude conversar e conhecer mulheres numismatas que estavam ao meu redor, mas com quem ainda não tinha proximidade”, afirma Karina.
O objetivo é fazer com que casos como o da médica Marília Godinho, hoje sócia remida da Sociedade Numismática Paranaense, não aconteçam mais: “Ao longo desses 25 anos, só fui em um encontro. Até em feiras ou nas lojas pelo Brasil, sentia um olhar do tipo: ‘o que essa mulher está fazendo aqui?’ E resolvi que não iria mais. Achei que fosse chegar um momento em que a gente não teria mais mulheres. Vocês quebraram esse paradigma.”
Para transformar esse objetivo numa marca, o grupo convidou ninguém menos que Gloria Dias, artista e designer da Casa da Moeda do Brasil, para desenvolver a identidade e o logotipo do movimento. Gloria se juntou ao grupo de maneira voluntária por acreditar que o debate sobre o tema fortalece a presença das mulheres no mercado.
“É um movimento muito importante, porque a SNB é o principal ponto para analisarmos como está a participação feminina, já que é a maior e mais conhecida entidade do setor”, diz o vice-presidente Bruno Pellizzari, lembrando ainda que a instituição foi a primeira a ter uma mulher em seu corpo diretivo décadas atrás.
Durante esses quase três anos de atuação, o movimento lançou cédulas e medalhas comemorativas, sempre com apoio da SNB e em alusão a mulheres de destaque na história do Brasil. As vendas se esgotaram logo nos primeiros dias, comprovando o sucesso do grupo e a carência do público para esse tipo de iniciativa.