Ao longo dos mais de 100 anos de sua fundação – ocorrida em 19 de janeiro de 1924, em São Paulo -, a Sociedade Numismática Brasileira (SNB) consolidou-se como uma das mais importantes instituições numismáticas da América Latina, desempenhando um papel crucial na promoção da pesquisa e também na preservação e divulgação do patrimônio cultural numismático mundial.
A SNB surgiu de uma seção de numismática criada, em 1923, dentro da Sociedade Philatelica Paulista (SPP). O crescente interesse por moedas, cédulas e medalhas motivou a fundação, em 1924, de uma entidade independente, reconhecida como a primeira sociedade numismática do país.
Seus sócios fundadores são: Agostinho Pardini, Raul Whitaker, Arthur Matins Passos, Humberto Pereira dos Santos, Carlos Bezerra de Miranda, José Vieira da Costa Valente, Francisco de Salles Collete, Carlos de Almeida Braga, Zuinglio Homem de Melo, Vicente Scandura, Octavio Braga, Christiano Ferraz e Octavio Braga.
A SNB é uma entidade cultural, sem fins lucrativos, mantida por seu corpo de associados, que atualmente conta com cerca de 1.000 membros no Brasil e no exterior. A instituição tem como finalidade exclusiva a promoção e desenvolvimento da numismática, que é a ciência que estuda as moedas, cédulas, medalhas, fichas e outros objetos relacionados à história monetária.
Tendo sido reconhecida de utilidade pública em 1951, por meio da Lei Estadual nº 1.342 de 11 de dezembro de 1951, está inscrita no Ministério da Cultura sob o nº 35.002.588/87-41, obtendo, em 2024, o reconhecimento como Ponto de Cultura. É a maior associação do tipo da América Latina e uma das maiores do mundo.
A sociedade conta com uma sede própria de 320 m² no centro de São Paulo, onde abriga também seu museu numismático e sua biblioteca, uma das maiores da América Latina, com mais de 3.000 exemplares.

MEDALHA DA FUNDAÇÃO DA SNB
No anverso, a medalha apresenta a legenda “SOCIEDADE . NVMISMATICA . BRASILEIRA . S . PAVLO . (BRASIL)” contornando a borda, com a data “19 DE JANEIRO DE 1924” na parte inferior. No centro, exibe uma figura feminina sentada, apoiando o braço esquerdo no brasão de São Paulo e recebendo o pergaminho do estatuto da SNB de outra figura feminina. Ao fundo, aparece um medalheiro com gaveteiro decorado com colunas romanas, e a assinatura em monograma “ACD” está no lado direito. No reverso, as medalhas de prata trazem a inscrição “AO SOCIO FUNDADOR” em relevo, enquanto nas de bronze o campo central é liso. Na parte inferior, há um balancim de cunhagem de moedas com a inscrição “S. JOHNSON – MILANO” na base, ladeado por ramos de tabaco e café. Ao redor da borda, aparecem ramos de café entrelaçados com cordas e representações de quatro moedas históricas de ouro do Brasil, unidas por um cordão, simbolizando momentos marcantes da história monetária brasileira.

Um dos destaques do acervo da biblioteca é a obra rara “Vida do venerável padre Joseph de Anchieta da Companhia de Jesus, thaumaturgo do Nouo Mundo, na Província do Brasil”, datado de 1672, exemplar em ótimo estado de conservação, proveniente da biblioteca de Álvaro de Salles Oliveira, nele se encontra os primeiros registros existentes, mencionando uma suposta cunhagem de moedas em São Paulo no começo da década de 1640 (o “São Vicente de Ouro”), portanto, em época anterior as obsidionais holandesas de 1645, e que se um dia tiver sua origem comprovada receberá o título de primeira moeda cunhada no Brasil. Nossa biblioteca também possui as primeiras obras numismáticas referentes a moedas brasileiras, datadas do final do século XIX.